FALANDO SOBRE MEDICINA INTEGRAL

01-06-2011 03:27

 

Esse artigo pretende ser uma pequena introdução ao que entendo ser a Medicina Integral.

Todos nós conhecemos a chamada "medicina tradicional", cuja característica principal é buscar a extinção dos sintomas que caracterizam as doenças e incomodam as pessoas, utilizando-se de variados recursos para tal (medicamentos, cirurgias, intervenções, etc). Com o avanço tecnológico, os exames e recursos para diagnóstico e tratamento, tornaram a medicina moderna altamente capacitada para diminuir o sofrimento humano.

O modelo médico vigente é estruturado nas bases do paradigma newtoniano/cartesiano onde o importante, como já vimos anteriormente, é a análise das partes, como se o corpo fosse uma máquina e a doença, o enguiço ou mau funcionamento de algumas de suas peças. A partir desta premissa perdeu-se a noção de um ser inteiro (pessoa) e o doente passou a ser representado por um vasto conjunto de órgãos e sistemas que para ser saudável, deveria funcionar plenamente.

Dessa visão departamentalizada surgiram os super especialistas, profissionais que detem um profundo saber acerca de um setor específico do conhecimento mas que não conseguem ter a percepção global, esquecendo-se de que o coração, os rins, os pulmões, a pele e cada órgão que compõe o corpo humano não existem isoladamente e sim, como partes inseparáveis de um ser único. Apenas para exemplificar – um cardiologista pode entender que todos os enfartos têm, mais ou menos, a mesma fisiopatologia, mas não pode perder de vista que a vivência de sofrer um infarto é única, característica e totalmente subjetiva.

Com o advento do paradigma holístico, a visão da medicina acadêmica terá oportunidade de expandir seus horizontes ao integrar aos seus conceitos, novos planos de manifestação do Ser. A psicossomática, a homeopatia e a acupuntura são exemplos de áreas já aceitas pela medicina oficial que expandem os limites do ser.

Se continuarmos nosso mergulho nas profundezas do ser, vamos encontrar além do plano material e energético, o que as religiões denominam de Espírito e as escolas psicológicas mais abertas denominam de Eu profundo, Self ou Eu superior.

 

Tal instancia – o centro do ser – se assim podemos nos expressar, seria a Essência, responsável pela vida dos afetos, dos sentimentos e da transcedentalidade.

Podemos didaticamente conceber no HOMEM INTEGRAL, três níveis de manifestação.

  1. nível físico – seria o plano material que nos coloca em contato direto com o mundo concreto e seus desafios.

  2. nível energético – mais sutil, onde a saúde e a doença podem acontecer antes de se manifestar no corpo físico.

  3. nível espiritual – o mais transcedental, onde a Essência comandaria todos os processos do que conhecemos como vida.

Tais níveis permanecem em constante processo de interação e interdependência, influenciando-se mutuamente.

A maioria das pessoas procura os médicos quando lhes ocorre algum problema, principalmente no nível físico, objetivando o desaparecimento dos sintomas e um retorno à situação anterior de equilíbrio. É mais fácil tomarmos um comprimido para aliviar a dor de cabeça do que compreender a mensagem que se oculta por trás do sintoma. Tal postura de acomodação ainda faz parte do ser humano e, hoje em dia é muito estimulada pela industria farmacêutica e pelo próprio imediatismo de nossa sociedade.

Chegamos, portanto, às seguintes conclusões:

  1. saúde e doença são polaridades, faces distintas de uma mesma moeda. A doença no plano físico pode,muitas vezes, nos impulsionar para mudanças em planos mais profundos. É comum observarmos certos pacientes terminais estarem desfrutando de paz interior indescritível a partir do momento em que se conscientizam de sua doença.

  2. a doença, entendida desta forma, pode constituir-se em instrumento valioso de transformação, trazendo-nos um confronto com partes nossas muitas vezes negadas ou reprimidas. A função do terapeuta neste caso, é a de ser um facilitador do processo para que o indivíduo enfermo acesse os recursos internos que o movimentarão no sentido da cura integral.

  3. apesar de reconhecermos a importância dos vetores externos na produção de certas doenças, com a compreensão holística, descortinamos horizontes mais amplos e mudamos o foco externo dos desequilíbrios para o interior do ser que adoece, procurando entende-lo em todos os seus significados – físico, energético, emocional e espiritual.

  4. o conceito de saúde no enforque holístico devolve ao enfermo a responsabilidade pela própria cura, na medida que o conscientiza da necessidade de retificar as posturas internas que estão perpetuando o padrão de desequilíbrio, ao contrario da medicina tradicional que transfere a responsabilidade da cura para a ação do médico e dos medicamentos.