A BANALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA

10-10-2010 13:59

 Amigos venho observando ultimamente um fato que é ao mesmo tempo interessante e entristecedor. Percebo que, principalmente nos grandes centros urbanos, as pessoas vêm se acostumando com a violência do cotidiano, ficando cada vez mais indiferentes, como se fosse muito natural se viver sob o signo do medo e da insegurança.

 

De tanto ouvir e ver no noticiário diário pessoas sendo assaltadas, morrendo vitimadas por balas perdidas, crianças sendo espancadas e até mesmo mortas, escândalos de políticos corruptos, dilapidações de toda sorte das coisas públicas, achamos que o mundo é “assim mesmo” e nada pode ser feito.

 

É aí que mora o perigo como se costuma dizer, pois um povo não pode jamais perder a capacidade de indignar-se, de lutar e reagir diante das injustiças e iniqüidades que apareçam a sua frente.

 

Noto as pessoas estão como que anestesiadas, indiferentes, acomodadas na frieza de quem se comporta como mero espectador diante da vida. Pode ser que eu esteja me transformando num “velho ranzinza”...pode ser...

 

De qualquer forma, não podemos perder de vista o fato de que o social é reflexo de nosso comportamento individual e que formamos uma enorme teia de interconexões físicas, energéticas e emocionais uns com os outros. De certa forma nos ligamos numa única vibração que, ultimamente, não anda lá grande coisa...

 

O instinto de agressividade que tanto nos ajudou a sobreviver enquanto espécie nos primórdios da humanidade, constitui herança biológica importante que deve ser trabalhado com a ferramenta da inteligência e da racionalidade que nos caracteriza como espécie.

 

Acho importante questionar se não chegamos ao ponto em que chegamos por direcionar nossa motivação de vida exclusivamente para objetivos materiais que julgamos absolutamente necessários, mas que na verdade são ilusórios e passageiros. Não que não seja importante termos uma boa condição material de vida. Tal ambição é perfeitamente aceitável desde que seja temperada com a consciência de que somos parte de um todo, e de que tudo que acontece ao nosso semelhante, de certa forma, tem reflexo em nós mesmos.

 

Precisamos investir mais em nosso Ser Interno, em valores afetivos, redescobrir o prazer de fazer amigos, a capacidade de rir de nós mesmos e a alegria de perceber e curtir as coisas simples da vida.

 

Faça de sua vida um oásis de paz e simpatia e, em pouco tempo você verá o deserto ressequido da sociedade de hoje, transformar-se em formoso jardim, viçoso e pleno de vida e beleza.

 

Mesmo sendo ranzinza, não perdi as esperanças e continuarei a acreditar sempre que no interior de todo ser humano, por “pior” que este possa parecer, brilha sempre a luz de Deus.